quarta-feira, outubro 25, 2006

Dia do Pode!

  • 6º episódio...

  • Sugiro que leia esse texto ouvindo a música "Por perto", do Pato Fú.

Hoje quando Marcio entrou aqui para fazer a vistoria das dez horas, me vi pensando em outra pessoa que não ele.
Lembrei-me daquele meu vizinho que avistei no ônibus... Pensei que podia me abrir com ele, mas quando menos percebi, já estava fora do biarticulado e nem tive chance de falar-lhe sobre meus problemas. Problemas, aliás, que eu não tinha e nem tenho, mas que criaram para mim.
Esta manhã, ele parecia tão próximo, mesmo que apenas por pensamento. Sentia uma sensação boa ao lembrar dele e de seu rosto me observando, e como seus olhos me registravam naquele aperto das seis da tarde.
Senti uma estranha vontade de saber como ele estava e onde estava e se estava realmente em algum lugar. Será que ele ainda lembra-se de mim?
Essa semana, pelo que o Marcio me disse, sairei pela primeira vez da clínica, eles chamam aqui de “Dia do pode”. Poderei, portanto, passar um dia com amigos e família em casa. A grande questão é que na minha casa não terei nenhum amigo me esperando e minha família, como sempre será apenas composta por dois membros, minha mãe e o Chatran aquele gato safado que insiste em fazer xixi no meu pé.
Não sou muito fã do dia do pode não, gostaria era de ficar por aqui mesmo... pelo menos aqui ninguém me chateia, nem o Chatran, muito menos dona Laura. E ainda posso conversar com o Marcio até ele cansar e dizer: Lucia, entra, agora tenho que trabalhar!

Será mesmo ela a maluca?

  • 5º episódio...

  • Sugiro que leia esse texto ouvindo a música "Sonhei" de Lenine.

O mais engraçado é que depois daquela última vez em que vi Lucia no ônibus, não consegui parar de pensar nela.
Eu vou aos lugares achando que vou encontrá-la, mas nada!
Queria saber se ela se mudou, para onde foi, que rumo levou.
Estranho, é que vejo a mãe dela sempre... uma tal de Dona Laura, como ouvi no mercadinho da rua de baixo, hoje pela manhã... já a própria Lucia, nunca mais!
Onze meses, onze meses sem vê-la.
Aqueles olhos angustiados pareciam tanto querer me dizer alguma coisa que até agora não decifrei!
Hoje fui almoçar na casa da minha irmã, ela e seu namorado finalmente noivaram! Tava na hora, Alice já estava ficando para titia.
Nem sei por que pensei em Alice agora; talvez pela semelhança com Lucia. Minha irmã é tão bonita quanto ela.
Queria poder entender por que diabos esta menina não me sai da cabeça!
E depois, dizem por aí, que a Lucia é que é maluca!!