terça-feira, maio 01, 2007

021

  • Sugiro que leia esse texto, ouvindo a música "Zerovinteum" do Planet Hemp.

  • Esse texto é antigo, mas me deu vontade de torná-lo público. Deliciem-se!

De repente eu estava de cara pro Cristo Redentor...
Ele me olhava meio desconfiado dos meus reais interesses ali na Cidade Maravilhosa... “Tudo bem, deixe que olhe!” Pensei eu mirando o Cristo que abria os braços pra me receber...
Caminhando um pouco mais cheguei onde sempre quis estar... Nos Arcos da Lapa. Acho que por influência do meu tio que sempre me fez ouvir samba em qualquer hora e em qualquer lugar ou também por ter visto Madame Satã naquele sábado meio nublado quando a Tv ainda era na sala.
Foi quando percebi que estava rodeada de pessoas interessantes, dispostas e discutir - não só no boteco, mas se preciso lá também - o futuro do país, política, vícios, novidades tecnológicas e tantos outros assuntos que quase não cabiam em nós.
Num piscar de olhos passeando pelo bondinho amarelo, cheguei a Santa Teresa com suas ladeiras imensas e casinhas simpáticas que me esperavam para conhecer um pouquinho mais daquela cidade. Do alto da casa da Baronesa, vi o Pão de Açúcar fazer o outro bondinho subir e descer.
Quando dei por mim, estava já em outro cenário... de frente ao famoso Hotel com vista para a praia dos fogos de reveillon... era ali Copacabana.
Caminhando pelo calçadão foi que me dei conta que muito mais importante que a gravação da nova novela que acontecia ali ao meu lado, era a imagem de Drummond sentadinho esperando, talvez, minha companhia. Não o decepcionei, sentei por ali e com ele troquei uma idéia.
Ele me indicou as pedras do Arpoador e logo em seguida uma caminhada até Ipanema...
Segui a diante como mandara o “gauche”... fui eu pro Posto Nove, ver pessoas bonitas e nadar no mar gelado apesar do imenso calor.
Depois disso tudo talvez fosse hora de ter uma realidade um pouco mais crua... Visitei a maior favela da América do Sul, me dei conta de que estava na Rocinha e muitas surpresas vieram... doses e doses de tapa na cara pra poder entender que minha vida é boa e bela e que não devo reclamar.
De volta a mim, passei pela passarela do samba e vi o palco do maior espetáculo da Terra, a Sapucaí.
Com tudo isso, ainda deu tempo de conferir apresentações de ícones da música nacional, empolgados com a atuação estudantil da garotada da Bienal.
Foi estranho admitir, depois de tanto dizer o contrário, que lá realmente é uma bela cidade e que só de lembrar da saudades...