sábado, maio 13, 2006

Varal

A roupa balança no varal e lá fora, só que do outro lado, o pequeno corre atrás da galinha.
Ele quer pegá-la pois acredita que dentro dela há milhões de ovos... de Páscoa.
Na cadeira de balanço, lá dentro, ela se lembra que tem que colocar a água pra ferver.
Deixa de lado seu bordado e põe a lenha para esquentar.
Ao fundo ela escuta o radinho de pilhas que grita alucinado um gol que ela não faz questão de saber de quem foi.
Ao mesmo tempo, um ronco alto, daqueles que estão fazendo o sujeito dormir com os anjos.
É ele, ele quem dorme ouvindo futebol.
Na escada, nem um só passo e lá fora, a roupa balançando no varal.
Aos poucos, ela ouve eles voltando da caminhada e a pequena, trás na blusa que faz de trouxa, um tanto de pinhão.
Os sapatos sujos e aquele frio típico, permitem que ele leve duas broncas, uma ao entrar com os pés enlameados e outra ao tirar os sapatos para que não sujem nada e pisando na lajota fria ouve:
“Olha o resfriado meu filho...”
O pequeno volta desapontado, não havia ovos de Páscoa!
A pequena se ajeita na cadeira de balanço com ela e juntas, continuam o bordado.
Ele prossegue a roncar e o jogo ainda não acabara.
O outro, já calçando sapatos limpos e quentes, cuida da água e do pinhão.
E a roupa, continua a balançar no varal.

9 comentários:

Felipe Gollnick disse...

MEU DEUS!
que texto foi esse??

registre os direitos autorais, ponha em jornais e voce ficará milionária!

lindo! maravilhoso!

Anônimo disse...

Marina Marina

Pinhão? Curitiba?

Frio!!Minha amiga

Minha querida amiga

Iluminada!

Como eu te adoro,

me dá seu autógrafo antes que fique famosa!

Anônimo disse...

"A saudade é roupa velha.
Que o rato da dor roeu..."

Fica bem

Beijos

Anônimo disse...

Quando eu era criança pequena lá em Barbacena me ensinaram que isso que você esceveu chama prosa. Ou será poesia? Prosa poética? Poesia na prosódia? Poesia concreta? Prosa caótica? Óptica futura? Tudo bem, isso tudo são as influências de vários... inclusive do Caetano da época em que ele era alguma coisa!

Anônimo disse...

então, meu pc tava dando pau e resolveu nao abrir mais blogspot, e fazia tempo qe eu tentava entrar aki e nao dava... mas ok, voltou, eu nao fiz nada, apenas voltou, o que importa eh isso!

gostei do texto, o dia a dia de um varal realmente pode ser muito interessante, olhares observadores de fotografo realmente deve encher o saco dpois de muita prática, eu já não saio de casa sem pentear o cabelo durante uns 5 minutos pra ele ficar no lugar certo... só de pensar qe antes eu gostava dele do jeito qe estava qndo eu acordava...

"a ignorancia é uma benção"

Anônimo disse...

A roupa já secou muié, pega a bacia e vamo embora tirá!

Anônimo disse...

Maro du ceu.. tive que comentar..
nao somente pelo texto - ótimo por sinal, como sempre - mas um fato que me estigou a curiosidade...
seria uma lenda mais antiga? uma gíria, talvez? ou apenas uma expressao popular?
tah.. se nao entendeu ateh agora, fazer-me-ei explicar o fato..
o meu pai, que nunca morou fora do paraná, sempre que conta uma historia antiga, um fato que ocorreu ha muitos anos, começa sempre com uma famosa frase: "Quando eu era criança pequena lá em Barbacena... "
cara... qq foi isso?? olha o comentario do teu velho... seria esta célebre frase de algum famoso, ídolo dos nossos velhinhos, que deixou um exemplo e fez com que eles seguissem o mesmo caminho?? ou mera conhecidencia??

hahah muito show..
vou apurar o fato.. nunca perguntei isso ao meu pai.. sempre pense que fosse uma brincadeira pra dar mais vida na historia...

beijo molér.. te amo!

Anônimo disse...

Marina

Li seus posts. São bons, mas combinam pouco com a sua juventude. Não sei se isso é um elogio...Aproveite o momento, passa rápido.
Beijos

Markun

Anônimo disse...

bandidonaaaaa, hanhahanhahanhahanha
gluglu eiheih